PREFEITOS DA BAIXADA GARANTEM APOIO DE PEZÃO
PARA CRIAÇÃO DE CONSÓRCIO DE SEGURANÇA
Sete prefeitos da Baixada se reuniram na manhã desta segunda-feira (03), na sede do Cisbaf (Consórcio Intermunicipal de Saúde da Baixada), com o governador Luiz Fernando Pezão, o secretário de Estado de Segurança Pública, Antônio Roberto Cesário de Sá, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Wolney Dias, o subchefe Operacional da Polícia Civil, Marcus Castro, além de autoridades estaduais e municipais, para discutir a criação do Consórcio Intermunicipal de Segurança Pública da Baixada Fluminense, a fim de enfrentar a violência na região de forma conjunta. Pezão deu total apoio à iniciativa.
– Não vou fugir da minha responsabilidade, da responsabilidade do Estado quanto à Segurança, mas se não houver um somatório de esforços, não vamos avançar. Se vamos para Brasília juntos fazer pressão no Senado e na Câmara, podemos pedir mudanças na Legislação e mais recursos. Repassar recursos para o consórcio às vezes é melhor do que para cada município –, disse o governador.
O prefeito de São João de Meriti e presidente do Cisbaf, Dr. João, propôs que os prefeitos e o governador aproveitem a reunião já agendada para o dia 17, em Brasília, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para levar as demandas da área de Segurança. "A violência chegou a um grau intolerável. Temos que mostrar para o governo federal que é preciso mais investimento no nosso estado. Só em São João 90% dos morros são dominados por criminosos", afirmou o prefeito.
O prefeito Farid, responsável pela ideia da criação do Consórcio de Segurança Pública, acredita que, sem a união dos municípios e estado, não será possível controlar e reverter a situação da violência na Baixada. “Todos os prefeitos estão fazendo os esforços necessários para encontrar soluções dentro dos seus limites, mas a questão extrapola a competência municipal e precisamos do apoio operacional e financeiro do estado e do governo federal”, destaca.
Os prefeitos concordam que a situação é gravíssima e citaram números relativos ao aumento da criminalidade nos seus municípios, as ações realizadas até o momento para tentar reduzir os índices, mas foram enfáticos em cobrar do governador reforço no policiamento nos batalhões. Segundo o prefeito Carlos Villela de Queimados, seu município amarga a segunda posição no ranking das cidades mais violentas do estado, só perdendo para Nova Iguaçu. “Além de contingente e maior financiamento, o governo federal precisa discutir e mudar a legislação”, ressaltou o prefeito Carlos Moraes de Japeri.
O secretário estadual Roberto Sá endossou o apoio à iniciativa da implantação do Consórcio de Segurança Pública da Baixada e se colocou à disposição para reunir esforços e, juntos com os prefeitos, levar à Brasília o pleito da região. De acordo com o secretário, atualmente o estado já atua de forma descentralizada e com olhar regionalizado, e que o apoio político e o envolvimento dos prefeitos da Baixada será de grande importância na busca de soluções junto à União. Diante de um cenário antagônico, como ele afirma, a questão do enfrentamento do tráfico de drogas e armas é de responsabilidade do governo federal.
– Se não agirmos conjuntamente, vamos continuar enxugando gelo. Segurança pública não pode ser sinônimo de polícia, embora seja um dos seus principais instrumentos. Precisamos ter uma reflexão maior das autoridades de Brasília sobre o tema. Por exemplo, o efetivo da Polícia Rodoviária Federal está muito aquém do necessário para o estado que possui vias federais importantes, como a Dutra, o Arco Metropolitano e a BR 040, por exemplo, eixos onde o estado tem limitações de atuação. As polícias precisam ser contempladas no planejamento federal e temos que alargar a discussão para o sistema penitenciário e questões legais. É necessário ter um olhar sistêmico e integrado, e promover a descentralização. Hoje contamos com um comandante na Baixada e pretendemos criar um espaço físico que possa ser referência para a articulação do consórcio. Parabenizo os prefeitos e digo que estamos falando a mesma linguagem – enfatizou Roberto Sá.
Participaram também do encontro os prefeitos Rafael Tubarão (Magé), Anabal Barbosa de Souza (Seropédica), e Jorge Miranda (Mesquita).
