Em 2010, dentro de uma frente de partidos que reunia legendas
no entorno do PMDB, com Sergio Cabral candidato ao governo do Estado, Lindbergh
Farias (PT) e Jorge Picciani (PMDB) foram candidatos ao Senado, ocasião que formou
uma força partidária por 16 legendas na coligação Unidos Pelo Rio, chapa
encabeçada pelo PMDB e seguida de mais 15 partidos, (o PP, o PDT, o PT, o PTB,
o PSL, o PTN, o PSC, o PSDC, o PRTB, o PHS, o PMN, o PTC, o PSB, o PRP e o PCdoB).
Tanto Sérgio Cabral (PMDB) quanto Jorge Picciani PMDB viveram revezes com a
Justiça, e o senador Lindbergh Farias (PT), também.
O ex-governador Sergio Cabral (PMDB) foi preso no dia 17 de
novembro de 2016. Jorge Picciani (PMDB) foi conduzido coercitivamente para
depor à Polícia Federal no dia 29 de março deste ano e o senador Lindbergh
Farias (PT) parece ser a “bola da vez”. Talvez por isso que o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva apostou as suas fichas na senadora Gleisi Hoffmann
para presidir o PT.
Mas o que pode ter levado o ex-presidente Lula a criticar
Lindbergh Farias não seria apenas a sua insistência em presidir o PT. Segundo o
que foi noticiado, Lula teria dito: “Esse menino não tem futuro". E não é
à toa. Lula é bem informado e sabe que no dia 11 de maio, antes da sua
declaração sobre Lindbergh Farias, que a mulher do marqueteiro João Santana, a
Mônica Moura, declarou um acontecimento que deixa o senador em situação
sensível. Mônica, que foi detida na Operação Acarajé, contou que que Mateus
Coutinho - braço do ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro - teria pago R$ 600 mil
da campanha de Lindbergh Farias (PT) em 2013, ocasião em que foram feitas inserções
publicitárias do senador na TV.
Além de ter os seus bens indisponíveis pela justiça em dezembro
do ano passado, as derrotas sucessivas de Lindbergh demostram que o seu 4º na
disputa pelo governo do estado em 2014 era um prenúncio de muitos problemas que
estariam por vir. E tende a se agravar não só com a Operação Lava-Jato, mas com
a possível disputa que se aproxima. Quando concorreu ao Senado e ao Governo, os
seus adversários não seriam tantos quantos os que terá que enfrentar caso
dispute uma vaga a deputado estadual ou federal. Neste caso terá até
adversários internos no PT, o que o colocará mais fragilizado dentro do cenário
eleitoral. Isso, óbvio, se não aparecer novidades como a que o impeça de
concorrer ou até disputar sob o momento de mais desgastes.