segunda-feira, 19 de junho de 2017

Texto do Reitor da UFRRJ sobre a Reserva Biológica

Nota do Magnífico Reitor da Universidade Federal Rural do RJ, Professor Doutor Ricardo Berbara, sobre a Reserva Biológica de Tinguá:

"Seropédica, 06/06/2017
A criação da Reserva Biológica do Tinguá, em 23/5/89, foi motivada por estudos que apontavam a inigualável biodiversidade da Serra do Tinguá e, sobretudo, seus elevados índices de endemismos de flora e fauna. Por reconhecerem sua importância para a manutenção da riqueza biológica da Mata Atlântica, pesquisadores e gestores do então IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), órgão do Ministério do Meio Ambiente, decidiram por uma categoria de Unidade de Conservação (UC) que assegurasse a preservação desse rico patrimônio biológico. Vinte e oito anos após a sua criação, as pesquisas científicas reafirmam a necessidade premente de manter protegida a biodiversidade deste bioma, ainda tão pouco conhecido pela Ciência. No local, registra-se a descoberta, em 1965, pelo professor e pesquisador da UFRRJ Eugênio Izecksohn do menor anfíbio do mundo, popularmente conhecido como “sapo pulga”, além de registros recentes de cinco espécies de falconiformes (gaviões) no interior da Rebio-Tinguá, conforme trabalho de campo intitulado “Registros recentes de Falconiformes na Reserva Biológica do Tinguá. RJ”, realizado pelos ornitólogos André de Mendonça-Lima e José Fernando Pacheco (2003). 

A Reserva Biológica do Tinguá é uma das unidades de conservação mais afetadas por empreendimentos de infra-estrutura no país, como por exemplo, as linhas de transmissão de Furnas, três faixas de dutos (duas de óleo e uma de gás) da Petrobras, que correm no subsolo da floresta constituindo-se em iminente risco de incêndio na mata e de poluição de seus lençóis freáticos subterrâneos. Há também um aterro sanitário funcionando numa área do entorno e a proximidade com a Refinaria Duque de Caxias. Tais fatores, associados ao efeito de borda e à crescente urbanização no entorno da UC, resultam em distúrbios ecológicos causadores da perda da biodiversidade da Rebio-Tinguá. Desta maneira, cabe ao órgão gestor da Unidade de Conservação (ICMBio) reduzir os vetores de impacto sobre a sua biodiversidade e, consequentemente, sobre seus serviços ambientais. Finalmente, quase 80% do abastecimento público de água da Baixada Fluminense dependem da Reserva Biológica do Tinguá, onde foram instalados diversos aquedutos e represas de captação, até hoje cumprindo importante função social de auxílio ao Rio Guandu e que remontam à época do Império. Portanto, pelo princípio da precaução, quaisquer propostas de mudança de categoria desta UC, tendo em vista o Uso Público, deverão considerar os custos ambiental e social decorrentes dos impactos gerados por este uso. A UFRRJ saúda o debate e está à disposição, como sempre, a realizar estudos sobre esta UC bem como quaisquer outras que incrementem a sustentabilidade ambiental e social de regiões importantes da Baixada Fluminense".

Prof. Dr. Ricardo Berbara - Reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Pois é!!!

Hoje motoristas de vans iinvadirão o Paço Municipal para protestarem contra o impedimento de vans circularem no Centro de Nova Iguaçu. Isso...